quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Joss Stone: a voz branca da Soul Music (Criação de sua própria gravadora, 5º álbum e momento presente)

Com o lançamento de "Colour Me Free!", Joss sai de sua gravadora, a multinacional EMI, e decide lançar seu próprio selo: a "Stone'd Records", pela qual lançaria seu quinto álbum de estúdio.

Em 2010 ela anuncia sua própria gravadora, e considera-se livre para fazer o tipo de música que bem entender, quando bem entender.

Além disso, paralelamente à carreira solo, além de trabalhos como atriz em filmes e séries, como "The Tudors", ela anuncia presença na super banda "SuperHeavy", formada por ela, Mick Jagger (Rolling Stones), Dave Stewart (co-fundador do Eurythmics), Damian Marley (rapper, filho de Bob Marley) e A. R. Rahman (compositor indiano, famoso pela trilha sonora do filme "Quem Quer Ser Um Milionário?"). A banda é experimental, e tem a fusão de vários estilos (como se pode ver pelos integrantes).

Em 2011 Joss é vítima de uma tentativa de sequestro e, possivelmente, morte, quando dois homens são pegos pela polícia britânica nas proximidades de sua propriedade em Devon, Reino Unido, com mapas aéreos da propriedade da cantora, além de cordas e instrumentos para o rapto e possível assassinato. Graças a seus vizinhos, a cantora, que não se encontrava em sua propriedade, é salva.
No início desse ano, Joss é convidada por um amigo para passar uma semana em sua casa, na Espanha. Ela viaja até lá em sua van (Janis) com seus cães (Dusty e Missy). Uma semana se transforma em 4 meses. Nesse período, Joss compôs a música "Boat Yard", que seria uma das novas músicas de seu próximo disco, e recebe uma ligação do amigo Dave Stewart, onde ele diz que está nos EUA e a convida para ir a Nashville, Tennessee, onde havia um estúdio e uma ótima banda, livres por apenas uma semana, para que compusessem algumas músicas juntos (já pelo fato do trabalho no SuperHeavy).
Joss viaja para Nashville, TN, e entra no Blackbird Studios, onde permanece o tempo todo ao lado da banda e do amigo Dave por seis dias. Foi esse o tempo que os dois levaram para compôr e gravar o 5º álbum de estúdio da cantora, entitulado "LP1".
A mudança na sonoridade de "LP1" é notória. Trabalhado quase que artesanalmente por uma banda do sul dos EUA, podemos perceber uma forte influência do rock sulista americano nas faixas do disco.

O álbum é lançado em 26 de Julho de 2011 pelo selo da cantora. Neste trabalho os destaques são vários, como a faixa que abre o disco, "Newborn", a balada funk n' soul, "Karma" (composta por Joss, Dave, Brad e Brett Warren e pela cantora Martina McBride), "Don't Start Lying To Me Now", "Last One To Know", a tranquila "Drive All Night", a energética "Somehow", a deliciosa composição totalmente acústica (voz e violão) "Landlord" e a antes mencionada "Boat Yard".

Em setembro, a banda SuperHeavy, lança seu álbum pela Universal Music.

Joss agora anunciou que está gravando o "The Soul Sessions 2", com todos que trabalharam no primeiro álbum, e já compôs o "LP2", novamente ao lado de Dave Stewart, em sua casa, em Devon.
A Stone'd Records, além de Joss, também será responsável pelo lançamento do disco da banda "Yes Sir Boss", uma das prediletas de Joss.
Em Setembro de 2011, Joss Stone foi convidada especial para o "Rock In Rio", declarando ser apaixonada pelo Brasil e por seu público.

Nada mal para a adolescente de Devon, que assistia ao comercial de um CD da Aretha Franklin, apaixonou-se pela Soul Music e provou que veio para ficar.

Discografia:
The Soul Sessions (2003)
Mind Body & Soul (2004)
Mind Body & Soul Sessions (DVD) (2004)
Introducing... Joss Stone (2007)
Colour Me Free! (2009)
LP1 (2011) 


Links:
http://www.jossstone.com/ (Site oficial)
http://www.stoned-records.com/ (Stone'd Records)
http://www.jossstonebrasil.com.br/br/ (Fã Site Brasileiro)
 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Joss Stone: a voz branca da Soul Music (Terceiro álbum e fase de transição)

Após aclamada pela crítica, Joss Stone passou por um período de transição. Mudando constantemente a cor dos cabelos e seu estilo, a cantora continuava a provar que sua aparência em nada mudava a sua personalidade dentro e fora dos palcos.


Em 2006, então aos 19 anos de idade, cantou o clássico Soul "Son Of A Preacher Man" no "UK Music Hall Of Fame", em tributo à cantora britânica de pop e soul Dusty Springfield. O cover é considerado por muitos o melhor de todos, além de ser uma de minhas performances favoritas de Stone.


No mesmo ano, cantou "(You Make Me Feel Like) A Natural Woman" para sua maior Diva, Aretha Franklin, num tributo à cantora.

Em 2007, saiu da S-Curve Records e passou para o selo Virgin Music, pertencente à sua gravadora, EMI, e lançou seu terceiro álbum: "Introducing... Joss Stone", com a colaboração do cantor e compositor de neo-soul, Raphael Saadiq, a cantora Lauryn Hill e o rapper Common. Esse álbum destacou-se pela mudança na sonoridade, mostrando um lado mais pop, R&B, Hip Hop e ainda o Soul, com um apelo mais "urban". Seu primeiro single foi o hit "Tell Me 'Bout It", e seu segundo, o dueto com o rapper Common, "Tell Me What We're Gonna Do Now", muito popular até hoje. Neste álbum destacam-se também "Baby, Baby, Baby" e "Put Your Hands On Me".
Foi um ano intenso, com shows pelo mundo inteiro e participações em festivais, como o "Avo Session".



 Em 2008, Joss acorda numa manhã e pensa: "Quero fazer um álbum de Soul Music cru!", e decide gravar seu quarto álbum e, para isso, utiliza o "Mama Stone's" a casa de shows de sua mãe em Wellington, no Reino Unido, transformando-a em um estúdio. Ao lado dos músicos de sua banda, Kenya Baker (guitarra), Pete Iannacone (baixo), Jeff Watkins (saxofone), Hollie Farris (trompete), Lemar Carter (bateria) e Christian Lohr (órgão/teclados) e os produtores de "Mind Body & Soul", Conner Reeves e Jonathan Shorten, compõem e gravam algumas músicas (as principais do próximo álbum) em uma semana.
Ao apresentar o material feito no "Mama Stone's" aos executivos da EMI, Joss se depara com a desaprovação do álbum, considerado por eles como "não comercial". Começa aí a luta da jovem contra a sua gravadora.
Joss não se dá por vencida e continua fazendo seus shows e apresentando suas novas músicas ao público, dedicando a música que seria single de seu próximo álbum, entitulada "Free Me", à sua gravadora e adicionando ao final da música os versos: "Free me, EMI!", para que a multinacional lançasse seu álbum. Joss chegou a oferecer uma grande quantia em dinheiro para quebrar o contrato com a gravadora, para que ela pudesse lançar seu disco por outro selo, o que foi negado pelos executivos.
Uma campanha, iniciada pelos fãs brasileiros, chamada "Free Joss" foi aderida por várias pessoas nas principais redes sociais da internet.
Após mais de um ano lutando contra a pressão de sua gravadora, Joss finalmente consegue lançar, em novembro de 2009, o seu álbum, entitulado "Colour Me Free!", com as canções que ela queria, do jeito que ela queria.

O álbum foi bem criticado, porém, não teve grande desempenho nos charts. Destacam-se o single do vídeo acima, "Free Me" e outras excelentes músicas, como "Could Have Been You" (que ela compôs quando tinha 15 anos), "Parallel Lines", com a participação do guitarrista Jeff Beck, "4 & 20", "Governmentalist", com a participação do rapper Nas, a viciante "Incredible" (vídeo abaixo) e a balada ao piano e orquestra "Girlfriend On Demand".

Uma etapa, finalmente, vencida!

Continua no próximo post.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Joss Stone: a voz branca da Soul Music (Primeiros álbuns)

Joscelyn Eve Stoker, (11 de abril de 1987, Dover, Kent, UK), mais conhecida por seu nome artístico, Joss Stone, é uma famosa cantora, compositora, produtora e, por vezes, atriz britânica, vencedora de vários BRIT Awards e de um Grammy.

Joss nasceu no Reino Unido e, desde cedo, apaixonou-se pela Soul Music, tendo como principal influência Aretha Franklin, a Rainha do Soul e artistas negros, como James Brown, Smokey Robinson, Stevie Wonder, e até mesmo Dusty Springfield.
Em 2001, então com 13 anos de idade, participou do programa de talentos "Star For A Night Jr.", sendo vencedora.

Em 2002, o produtor Steve Greenberg, executivo da S-Curve Records foi convidado a ouvir a voz da jovem cantora. Seguiu-se então, em 2003, a gravação do primeiro álbum de Joss: "The Soul Sessions", gravado entre fevereiro e maio de 2003 em Miami, FL. Ela tinha, então, de 15 para 16 anos. O álbum consiste em regravações de clássicos da Soul Music, tendo colaborações de Betty Wright e outros grandes nomes, como Benny Latimore (piano), Willie "Little Beaver" Hale (guitarra), Timmy Thomas (órgão), Cindy Blackman (bateria) e Ahmir "?uestlove" Thompson (bateria/produtor). O álbum alcançou, de cara, o Top 5 da parada britânica e Top 40 da Billboard 200 (EUA), tendo certificado triplo platina no Reino Unido.

Após a aclamada estreia, Stone lançou no ano seguinte, 2004, o álbum "Mind Body & Soul", seu primeiro de originais e canções próprias, provando ser um sucesso ainda maior que seu antecessor, já que estreou em primeiro lugar na parada de álbuns britânica (quebrando o recorde de cantora mais jovem a chegar ao topo da parada britânica, antes pertencente a Avril Lavigne). Neste álbum destacam-se singles como "You Had Me", "Right To Be Wrong", "Spoiled" e "Don't Cha Wanna Ride". Neste mesmo período, já muito aclamada nos EUA, gravou o DVD "Mind, Body & Soul Sessions", no Irving Plaza, em Nova York.
Em 2005 cantou ao lado de seus ídolos, Stevie Wonder e James Brown, assim como ao lado de John Legend, Rod Stewart, dentre outros, e fez uma performance no BRIT Awards de sua épica balada Soul "Right To Be Wrong".


Na premiação do Grammy, do mesmo ano, fez o épico dueto com a cantora Melissa Etheridge em tributo à Janis Joplin, o medley "Cry Baby/Piece Of My Heart", lançada como single graças à enorme quantidade de downloads digitais, alcançando #32 na Billboard Hot 100. Há pouco tempo o dueto foi escolhido como segunda das dez melhores performances do Grammy de todos os tempos.

Continua no próximo post. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

LeAnn Rimes: a Patsy Cline do século XXI

Margaret LeAnn Rimes (Jackson, 28 de agosto de 1982) mais conhecida como LeAnn Rimes, é uma das mais famosas cantoras de música country e pop americana. Descoberta em 1996 na música country, aos 13 anos. Seu debut álbum, “Blue”, chegou a # 1 no Top Country Álbuns e foi certificado “multi-platina” em vendas. Aos 20 anos, já tinha vendido mais de 34 milhões de cópias.


 
Natural de Jackson, no Mississipi, a cantora começou a cantar antes dos dois anos, e aos 11, já vivendo no Texas, tinha gravado "All That", o seu primeiro álbum de originais. O sucesso que o registro, lançado por uma pequena editora independente, veio a alcançar, chamou a atenção da Curb Records, que editou "Blue", segundo disco de LeAnn Rimes, quando a artista tinha apenas 13 anos. Por detrás do tema-título está uma história que, até hoje, é associada à cantora: a canção "Blue" fora escrita nos anos 1960 por um radialista e promotor discográfico que, ao encontrar LeAnn, se rendeu aos seus talentos e lhe sugeriu que cantasse a música.

Assumindo o papel de "padrinho" da artista, Bill Mak garante ter escrito "Blue" para Patsy Cline antes da morte da cantora, espalhando o rumor de que tinha esperado 30 anos até encontrar outra voz capaz de interpretar a canção. Inspirada na história e nas semelhanças de LeAnn com a lenda, a imprensa começa a apresentar a jovem como sucessora de Patsy Cline. Mais tarde, porém, descobriu-se que a música já tinha sido gravada por três artistas diferentes. A constatação não retirou impacto ao disco, um sucesso de vendas nos EUA.






A partir de então, o aplauso do público e os recordes batidos ("You Light Up My Life: Inspirational Songs", de 1997, foi o primeiro disco country a entrar diretamente para as tabelas Pop, country e cristã contemporânea) marcam o percurso de LeAnn. Depois do lançamento de uma coletânea com os seus primeiros temas, a cantora vendeu milhões de cópias de "Sitting On Top of the World", lançado em 1998. Para trás ficaram dois Grammys, tendo Leann sido a primeira cantora country a vencer na categoria de Melhor Artista Revelação.

A reforçar a comparação com Patsy Cline, a artista interpretou, em 1999, o clássico "Crazy", numa coleção de 11 standards da country a que deu o seu nome. Seguiram-se "Written In The Stars", um dueto com Elton John para o musical da Broadway, "Aida", e dezenas de concertos pelos EUA.


 

LeAnn fez parte da canção, "Just Stand Up", juntamente com muitos outros artistas do sexo feminino, incluindo, Carrie Underwood, Ciara, Beyoncé, Mariah Carey, Miley Cyrus, Leona Lewis, Fergie, Mary J. Blige, Rihanna, Ashanti, Natasha Beginfield, Keyshia Cole, que é uma canção para ajudar na campanha "Stand Up For Cancer".

O reconhecimento a nível mundial veio com a banda-sonora de "Coyotte Ugly" (ShowBar) , para o qual gravou quatro músicas de Diane Warren, entre as quais o êxito "Can't Fight the Moonlight". No filme, LeAnn faz também uma pequena aparição, naquela que foi a sua segunda incursão pelo cinema, após a estréia em "Holiday in Your Heart", filme adaptado de um livro co-escrito pela cantora. Em 2001, e na ressaca dos atentados de 11 de Setembro, surge no mercado "God Bless America", uma coleção de sucessos da artista, alternados com versões de clássicos da canção norte-americana, para emprestar ânimo aos povo dos EUA, abalado pela tragédia.


 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Gloomy Sunday: a canção húngara dos suicidas

Bem, seguindo a linha, hoje postarei a história incrível de mais uma das mais marcantes canções de todos os tempos, ligada também à cantora Billie Holiday: "Szomorú Vasárnap"

História:
 
"Szomorú Vasárnap", ou "Gloomy Sunday", ou ainda "Domingo Sombrio", em português, é uma canção que foi escrita pelo pianista e também compositor húngaro Rezsõ Seress, em 1933.

Dizem as más línguas que essa canção possui algum tipo de mensagem subliminar ou não, que levam pessoas que a escutam ao suicídio. Tudo começou depois do suicídio de Seress, seguido de uma onda de suicídios por onde quer que a música passasse.
Ao chegar nos EUA em 1936 (em plena ressaca da grande depressão de 1929), a “Hungarian suicide song” como era chamada , foi alvo de grande exploração publicitária e tornou-se assim um sucesso! A melodia é muito depressiva e desesperante. A letra nos passa uma leve sensação de angústia.
Na época, o jornal New York Times, publicou:

"Budapeste, 13 de janeiro. Rezsõ Seress, cuja canção triste, “Gloomy Sunday”, foi acusada de provocar uma onda de suicídios durante 1919/1930, já terminou a sua própria vida com um suicídio.
Autoridades divulgaram hoje que o Sr. Seress saltou de uma janela de seu pequeno apartamento aqui no domingo passado, pouco tempo depois do seu 69º aniversário.
A década dos anos trinta, foi marcada por uma grave depressão econômica e da turbulência política que estava a conduzir a II Guerra Mundial. A melancólica canção escrita por Mr. Seress, com palavras pelo seu amigo, Ladislas Javor, um poeta, declara no seu clímax, “Meu coração e tomei a decisão de acabar com tudo.” Foi culpa de um aumento acentuado nos suicídios, húngaro e funcionários que finalmente proibido. Na América, onde Paul Robeson introduziu uma versão em Inglês, na qual algumas estações de rádio e boates proibiam o seu desempenho.
Mr. Seress queixou-se de que o sucesso de “Gloomy Sunday”, na verdade, aumentou a sua infelicidade, pois sabia que ele jamais seria capaz de escrever um segundo sucesso."
- New York Times, 1968

Inúmeras versões da canção foram gravadas e lançadas. Michael Brooks escreveu nas notas de capa de um conjunto de 10 CDs; "Lady Day" – the Complete Billie Holiday on Columbia, 1933–1944, o seguinte:

"Gloomy Sunday chegou à América em 1936 e, graças a uma brilhante campanha publicitária, ficou conhecida como "A Canção Húngara do Suicídio". Supostamente, depois de a ouvirem, amantes perturbados seriam compelidos a saltar da primeira janela que encontrassem, mais ou menos como os investidores depois de Outubro de 1929; ambas as histórias são em grande parte mitos urbanos."

Letra original em húngaro:
Szomorú vasárnap
száz fehér virággal
vártalak kedvesem
templomi imával.
Álmokat kergető
vasárnap délelőtt,
bánatom hintaja
nélküled visszajött.
Azóta szomorú
mindig a vasárnap,
könny csak az italom,
kenyerem a bánat.
Szomorú vasárnap.

Utolsó vasárnap
kedvesem gyere el,
pap is lesz, koporsó,
ravatal, gyászlepel.
Akkor is miránk vár,
virág és – koporsó.
Virágos fák alatt
utam az utolsó.
Nyitva lesz szemem, hogy
még egyszer lássalak.
Ne félj a szememtől,
holtan is áldalak…
Utolsó vasárnap.

Letra traduzida em português:
É outono e as folhas estão caindo
Todo o amor morreu na Terra
O vento está chorando com lágrimas de tristeza
Meu coração nunca vai esperar uma nova primavera novamente
Minhas lágrimas e meus sofrimentos são em vão
As pessoas são insensíveis, gananciosas e más...
O amor morreu!
O mundo chegou ao seu fim, a esperança deixou de ter um significado
As cidades estão sendo exterminadas, Estilhaços fazem música
Prados estão coloridos de vermelho com sangue humano
Há pessoas mortas nas ruas em todos os lugares
Direi outra oração silenciosa:
As pessoas são pecadoras, Senhor, elas cometem erros...
O mundo acabou!

Surgiram depois duas versões em inglês: uma por Sam Lewis e outra de Desmond Carter. A versão de Carter é mais sombria e menos popular que a de Lewis.

Versão de Lewis:

Sunday is gloomy, my hours are slumberless
Dearest the shadows I live with are numberless
Little white flowers will never awaken you
Not where the black coach of sorrow has taken you
Angels have no thought of ever returning you
Would they be angry if I thought of joining you?

Gloomy Sunday

Gloomy is Sunday, with shadows I spend it all
My heart and I have decided to end it all
Soon there'll be candles and prayers that are sad I know
Let them not weep let them know that I'm glad to go
Death is no dream for in death I'm caressing you
With the last breath of my soul I'll be blessing you

Gloomy Sunday

Dos vários intérpretes, foi Billie Holiday quem mais contribuiu para popularizar o tema. A interpretação de Billie Holiday utilizou a versão de Lewis e ao tema original, adicionando uma 3ª estrofe com o objectivo de reduzir o tom pessimista da canção transmitindo a ideia de que toda a tragédia não passara de um sonho. De notar durante a audição que ao chegar à terceira estrofe a música fica mais luminosa devido à mudança para a tonalidade maior. (http://www.youtube.com/watch?v=giIViiO9a-A)

A terceira estrofe:

Dreaming, I was only dreaming
I wake and I find you asleep in the deep of my heart, here
Darling, I hope that my dream never haunted you
My heart is telling you how much I wanted you

Gloomy Sunday
 
Desde a sua origem, “Gloomy Sunday” foi interpretado nas suas diversas versões por vários intérpretes. A lista que se segue não é exaustiva:


Lista de intérpretes:

Hal Kemp & his Orchestra
Paul Whiteman & his Orchestra
Artie Shaw & his Orchestra
Billie Holiday
Lydia Lunch
Elvis Costello & the Attractions
The Associates
Marianne Faithfull
Carol Kidd
Sinéad O'Connor
Gitane Demone
Sarah McLachlan
Björk
Heather Nova
Sarah Brightman





 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Strange Fruit: a primeira canção antirracismo dos EUA.

"Strange Fruit" é uma canção cuja versão mais famosa é a de Billie Holiday. Condenando o racismo americano, especialmente o linchamento de afroamericanos que ocorreu principalmente no Sul dos Estados Unidos, mas também aconteceu em outras regiões do país. A versão de Holiday foi colocada na lista do Hall da Fama do Grammy em 1978. Também foi incluída na lista de canções do século da "Recording Industry of America" e da "National Endowment for the Arts".



Autoria:
A canção foi composta como um poema, escrito por Abel Meeropol, um professor judeu de colégio do Bronx, sobre o linchamento de dois homens negros. Ele a publicou sob o pseudônimo de Lewis Allan. Meeropol e sua esposa depois adotaram Robert e Michael, filhos de Julius e Ethel Rosenberg, acusados e condenados por espionagem e executados pelo governo dos Estados Unidos.
Meeropol escreveu "Strange Fruit" para expressar seu horror com os linchamentos, possivelmente após ter visto a fotografia de Lawrence Beitler do linchamento de Thomas Shipp e Abram Smith em Marion, Indiana, ocorrido em 7 de agosto de 1930. Ele publicou o poema em 1936, em The New York Teacher, uma publicação sindical. Embora Meeropol/Allan tenha sido frequentemente convidado por outros (notavelmente Earl Robinson) para musicar seu poema, só após algum tempo ele musicou Strange Fruit. A canção teve algum sucesso como canção de protesto na região de Nova York. Meeropol, sua esposa e a vocalista negra Laura Duncan apresentaram-na no Madison Square Garden. Barney Josephson o fundador do Cafe Society em Greenwich Village, a primeira casa noturna integrada da cidade, ouviu a canção e a apresentou a Billie Holiday. Holiday cantou a música pela primeira vez no Cafe Society em 1939. Ela disse que cantá-la fazia-a ter medo de retaliações. Holiday mais tarde disse que as imagens de "Strange Fruit" lembravam-na de seu pai, isto fez com que ela continuasse a cantar a música. A canção tornou-se parte regular das apresentações ao vivo de Holiday.
Holiday se aproximou de sua gravadora, a Columbia Records, para gravar a canção. Mas a Columbia, temendo a repercussão das lojas de discos no sul, assim como a possível reação negativa de rádios afiliadas à CBS, recusou-se a gravar a canção. Mesmo o grande produtor da Columbia, John Hammond, recusou-se também. Decepcionada, ela procurou seu amigo Milt Gabler (tio do comediante Billy Crystal), cuja selo, a Commodore Records, gravava músicas de jazz alternativo. Holiday cantou para ele "Strange Fruit" a cappella e a canção comoveu Gabler ao ponto de fazê-lo chorar. Em 1939, Gabler fez um arranjo especial com a Vocalion Records para gravar e distribuir a canção e a Columbia permitiu a realização de uma sessão fora do contrato para poder gravar a música.
"Strange Fruit" foi altamente considerada. Na época, tornou-se o maior sucesso de vendar de Billie Holiday. Em sua autobiografia, Lady Sings the Blues, Holiday sugeriu que ela, junto com Lewis Allan, seu acompanhante Sonny White e o arranjador Danny Mendelsohn, musicaram o poema. Quando perguntada, Holiday - cuja autobiografia fora escrita pelo ghost-writer William Dufty - dizia, "Eu nunca li aquele livro".

Letra (original):
Strange Fruit
Southern trees bear strange fruit,
Blood on the leaves and blood at the root,
Black body swinging in the Southern breeze,
Strange fruit hanging from the poplar trees.

Pastoral scene of the gallant South,
The bulging eyes and the twisted mouth,
Scent of magnolia sweet and fresh,
Then the sudden smell of burning flesh!

Here is fruit for the crows to pluck,
For the rain to gather, for the wind to suck,
For the sun to rot, for the trees to drop,
Here is a strange and bitter crop.

Tradução (português):
Estranho Fruto

As árvores do Sul estão carregadas com um estranho fruto,
Sangue nas folhas e sangue na raiz,
Um corpo negro balançando na brisa sulista
Um estranho fruto pendurado nos álamos.

Uma cena pastoral no galante Sul,
Os olhos esbugalhados e a boca torcida,
Perfume de magnólia doce e fresco,
Então o repentino cheiro de carne queimada!

Aqui está o fruto para os corvos arrancarem,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
Para o sol apodrecer, para as árvores fazer cair,
Eis aqui uma estranha e amarga colheita.

Impacto:
Barney Josephson reconheceu o impacto da canção e insistiu para que Holiday encerrasse suas apresentações com ela. Quando a canção estava para começar, os garçons paravam de servir as mesas, todas as luzes se apagavam e um único foco de luz iluminava Holiday no palco. Durante a introdução musical, Holiday ficava com seus olhos fechados, como se evocando uma oração. Numerosos outros cantores também fizeram versões da canção. Em outubro de 1939, Samuel Grafton do The New York Post assim descreveu "Strange Fruit": "Se a ira dos explorados já foi além do suportável no Sul, agora há a sua Marseillaise"
Em dezembro de 1999, a revista Time deu a "Strange Fruit" o título de canção do Século.
Em 2002, a Biblioteca do Congresso colocou a canção dentre as 50 que seriam adicionadas ao National Recording Registry.

Um registro fascinante de "Strange Fruit" na voz que melhor interpretou a canção, Billie Holiday:
 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Billie Holiday: a maior cantora de Jazz de todos os tempos



Billie Holiday (Filadélfia, 7 de Abril de 1915 — Nova York, 17 de Julho de 1959), Lady Day para os fãs, é por muitos considerada a maior de todas as cantoras do Jazz.

Nascida Eleanor Fagan Gough, foi criada em Baltimore por pais adolescentes. Quando nasceu, seu pai, Clarence Holiday, tinha quinze anos de idade e sua mãe, Sarah Fagan, apenas treze. Seu pai, guitarrista e banjista, abandonou a família quando Billie ainda era bebê, seguindo viagem com uma banda de jazz. Sua mãe, também inexperiente, frequentemente a deixava com familiares.
Menina americana negra e pobre, Billie passou por todos os sofrimentos possíveis. Aos dez anos foi violentada sexualmente por um vizinho, e internada numa casa de correção para meninas vítimas de abuso. Aos doze, trabalhava lavando o chão de prostíbulos. Aos quatorze anos, morando com sua mãe em Nova York, caiu na prostituição.

Sua vida como cantora começou em 1930. Estando mãe e filha ameaçadas de despejo por falta de pagamento de sua moradia, Billie sai à rua em desespero, na busca de algum dinheiro. Entrando em um bar do Harlem, ofereceu-se como dançarina, mostrando-se um desastre. Penalizado, o pianista perguntou-lhe se sabia cantar. Billie cantou e saiu com um emprego fixo. 
Billie nunca teve educação formal de música e seu aprendizado se deu ouvindo Bessie Smith e Louis Armstrong.
Após três anos cantando em diversas casas, atraiu a atenção do crítico John Hammond, através de quem ela gravou seu primeiro disco, com a big band de Benny Goodman. Era o real início de sua carreira. Começou a cantar em casas noturnas do Harlem (Nova York), onde adotou seu nome artístico.
Cantou com as big bands de Artie Shaw e Count Basie. E foi uma das primeiras negras a cantar com uma banda de brancos, em uma época de segregação racial nos Estados Unidos (anos 1930). Consagrou-se apresentando-se com as orquestras de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count Basie e Artie Shaw, e ao lado de Louis Armstrong. Billie Holiday foi uma das mais comoventes cantoras de jazz de sua época. Com uma voz etérea, flexível e levemente rouca, Sua dicção, seu fraseado, a sensualidade à flor da voz, expressando incrível profundidade de emoção, a aproximaram do estilo de Lester Young, com quem, em quatro anos, gravou cerca de cinquenta cações, repletas de swing e cumplicidade. Lester Young foi quem lhe apelidou "Lady Day".
A partir de 1940, apesar do sucesso, Billie Holiday sucumbiu ao álcool e às drogas, passando por momentos de depressão, o que se refletia em sua voz.
Pouco antes de sua morte por overdose de drogas, Billie Holiday publicou sua autobiografia em 1956, Lady Sings the Blues, a partir da qual foi feito um filme, em 1972, tendo Diana Ross no papel principal.

Músicas de sua autoria:
  • "Billie's Blues" (1936)
  • "Don't Explain" (1944)
  • "Everything Happens For The Best" (1939)
  • "Fine and Mellow" (1939)
  • "God Bless the Child" (1941)
  • "Lady Sings the Blues" (1956)
  • "Long Gone Blues" (1939)
  • "Now or Never"(1949)
  • "Our Love Is Different" (1939)
  • "Stormy Blues" (1954)
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